Sustentabilidade

O progresso tecnológico e industrial é uma das principais características da civilização. Este progresso fez com que se estabelecessem as condições necessárias para o florescimento populacional mundial. A Organização das Nações Unidas estima que em 2030 sejamos cerca de 8.5 mil milhões de pessoas no mundo, tendo já atingido em 2015 o marco de 7.3 mil milhões. Para satisfazer as necessidades alimentares das populações, sendo o consumo de carne parte integrante da alimentação mundial, a indústria da produção animal produz cerca de 60 biliões de animais (1) que se destinam ao consumo direto, tendo como finalidade os nossos pratos.

No início do séc.XXI tornou-se então óbvio e urgente desenvolver SISAs (Sistemas de Informação e Saúde Animal) para fazer um "tracing" real do conceito "Farm to Fork". Farm to Fork consiste essencialmente em escrutinar todo o percurso de um alimento, neste caso a carne, desde que o animal nasce até ao seu consumo. O objetivo é manter a idoneidade e salubridade da qualidade dos alimentos, evitando assim surtos epidemiológicos semelhantes ao da BSE em 1987. Zelar pelo controlo epidemiológico do sector pecuário é zelar pela saúde humana.

Para além do notório impacto na saúde humana, podemos exaltar todos os pilares do conceito de sustentabilidade quando falamos de um sistema de informação e saúde animal (SISA). É de relembrar que a Sustentabilidade Ambiental do sector pecuário é constituída por várias variantes, neste caso estamos apenas a avaliar sucintamente questões de índole sanitária.

De forma simplificada, um desenvolvimento sustentável, compatível com o paradigma social vigente, consiste num modelo de desenvolvimento que visa a harmonia de três sectores: Social, Económico e Ambiental.

Os fatores sociais e económicos funcionam sempre em sincronia. A implementação de um SISA permite reduzir o risco de epidemias, otimiza a saúde animal (logo a humana), o que leva a uma otimização colateral dos índices de produção gerando autonomia dos meios de produção e desenvolvimento económico que por sua vez geram riqueza e melhoria da qualidade de vida das populações. Isto é especialmente importante em Países em Vias de Desenvolvimento (2), visto que um SISA lhes fornece ferramentas percursoras da oportunidade de criação de riqueza através do sector pecuário com a possibilidade de integração do mesmo nos moldes de exigência e qualidade do mercado internacional.

A Preservação Ambiental faz-se de formas plurais, porém a equidade social e viabilidade económica são uma parte expressiva desse plural que se ramifica numa complexa e extensiva rede de inputs. No entanto de forma mais direta, a diminuição da propagação de agentes patogénicos para o meio ambiente, e o seu respetivo controlo providenciado por um SISA, é por si só e de forma clara e percetível, uma forma de mitigação de um vetor extremamente danoso de contaminação e contágio ambiental.

Se mantivermos estes fatores na maior harmonia possível, ganha o ambiente, ganham as pessoas. Numa sociedade contemporânea cada vez mais prejudicada pelos impactes Ambientais negativos do progresso e desenvolvimento social, os SISA são o presente e o futuro em expansão e é neste âmbito que a Digidelta-Software desenvolve as suas competências e os seus serviços, propondo-se a participar num mundo mais sustentável, socialmente justo e economicamente inclusivo.

Iris Filipa Da Costa Manuel Dos Santos

Engenheira do Ambiente e Assistente de Internacionalização

(1) ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/010/a0701e/a0701e.pdf

(2) http://www.fao.org/docrep/005/y3542e/y3542e04.htm